quarta-feira, dezembro 28, 2011

22 semanas e um dia

Que bem me souberam estas mini-férias com a família.

Avó: ai filha ficas tão bem grávida.
Mãe ficou emocionada e sem palavras...
Pai aflito com o que eu fazia.
Sobrinha a tentar sentir pontapés...os que não se vêem ainda.
Sobrinho de 2,5 anos a fazer festinhas na "nina".

Não devo voltar a vê-los até depois do parto, mas vivi intensamente estes dias.
Vim carregada de roupinha dos sobrinhos, um saco gigantesco só com roupa, e já lavadinha e passada. A minha mãe é louca e com o bom tempo que tivemos fartou-se de trabalhar para a neta.
Já temos o carrinho quase a caminho, acabou por ser um trio da chicco que conseguimos na black friday do El corte inglês por 399,99€ apesar de alguns preçalcos devemos tê-lo na próxima semana.

Só falta mesmo saber o nome.
Pai chama-lhe dragona porque assim que se apanhou em terras mouras resolveu fazer com que a mãe vomitasse.
Mãe chama-lhe princesa sem nome.
Avó chama-lhe Maria, o que causou alguma confusão: ai filha não comprei nada para a Maria...e eu: quem? ela: a bebé e eu: de quem? ela: A TUA, não tem nome passa a ser a Maria...
A tia quer que se chame Margarida.
A prima Ritinha.
O primo é nina (também não sabe ainda dizer mais nomes, lol).
Uma amiga minha é a Papoila.

Acho que a miúda vai nascer com personalidade múltipla eheh.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

20 semanas e 2 dias (ou 19 e 6 dias)

Ora bem, passei a manhã na maternidade, mas as notícias são boas.

A eco revelou tudo normal, o tamanho do bebé aparenta ser de menos 3 dias do que o previsto na última eco, mas vai ao encontro das primeiras datas.


Apesar de ter emagrecido na cara, braços e pernas, o bebé está a desenvolver-se bem e o líquido também está normal, pelo que parece que estou a fazer tudo direitinho.Apenas engordei 2,3kg desde o início, por esta altura o normal é 4kg, mas como o bebé está com o tamanho previsto significa apenas que eu tinha outras reservas eheh.


E...E...


Parece que o mundo é mesmo das mulheres.A teimosinha não queria abrir as pernas e a doutora ficou em dúvida, mas no final lá insistiu e garante que é uma menina.


Agora falta acertarmos o nome, mas da lista que fiz o pai vetou todos...isto vai correr bem...

terça-feira, dezembro 13, 2011

20 semanas

Desde que soube que não tinha de fazer a amniocentese que passei a viver muito mais esta gravidez.
Cheguei mesmo a pôr de lado alguns entraves com os quais me tinham ameaçado, há muito muito tempo.

Hoje completo 20 semanitas, estou a meio da maratona.
Tive a minha consulta de reumatologia, onde fiquei a saber: velocidade de sedimentação e leucócitos altos, logo alguma infecção pela qual não dei por nada...e que espero não tenha afectado o bebé.
Os anticorpos anti-DNA subiram muito, estavam a 18,5 e passaram a 101, mas assim que me disse isto voltou atrás para informar que dado que a positividade é aos 100 estou no limite mínimo.
Desvalorizou um pouco os resultados, aliás só lá volto às 36 semanas...isso mesmo...36...eu que antes de estar grávida era vista de 4/4 meses, e que sempre me disse que engravidando o controle seria mais apertado volto lá daqui a 16 semanas..
Mas se tiver febre inexplicada, inchaços, tensão alta ou alterada, alteração na urina, no hemograma ou na pele para ir lá de imediato...esta lista só me foi dita depois de eu muito insistir: dra. mas até lá como sei se está tudo bem?
Eis que ao fim de muito tempo volto a sentir-me bomba-relógio.

Receitou-me ainda medicação para prevenirmos alguma surpresa...

Mas pronto, um dia de cada vez, e "já" só faltam 20 semanitas.
Quinta farei a eco do 2º trimestre e se já começo a ficar um pouco ansiosa esta consulta não me trouxe tranquilidade.
Tento apenas agarrar-me ao que a médica disse: estes valores são normais no seu caso, sem que a doença se tivesse manifestado. Vamos acreditar que a gravidez não lhe traga a doença.

terça-feira, novembro 22, 2011

16 semanas e 6 dias

Realmente eu tenho imensas histórias para contar aos netos sobre as minhas consultas.
Hoje foi a consulta de hematologia.
Esta sra vem da consulta de endocrinologia.
Não, venho da consulta de obstetrícia.
Nós aqui não temos obstetrícia...
Pois, mas a maternidade tem...foi daí que eu fui reencaminhada...
Ahhh pois é, diz aqui na requisição da consulta...

Bem, como cheguei 8h40m às 9 hora da consulta já estava despachada...

Então este é mais ou menos o resumo:
- tenho duas mutações mas nenhuma está associada a trombofilias, mas o relatório diz que teoricamente pode haver risco na combinação das duas. A médica entende que não. E que os laboratórios analisam todas e só deviam analisar as das trombofilias...
- pela médica posso parar com o cartia, mas como os obstetras gostam do cartia, deixou à minha consideração sendo que duas semanas antes do parto devo parar.
- começou a falar dos custos para o Estado de certos exames que nada provam, e eu falei da repetição de análises a que sou sujeita nos mais diversos hospitais, quando devia haver um sistema que os médicos consultassem tudo...falámos de lupus...e ela que não tinha o meu processo voltou atrás. Dado que o lupus se pode manifestar a qualquer momento da gravidez, será conveniente continuar a tomar, e caso ele se manifeste poderei mesmo ter de tomar algo mais "forte" que o cartia para evitar risco de aborto.

E ficámos assim, continuarei a tomar o cartia até 2 semanas antes do parto.

quinta-feira, novembro 10, 2011

15 semanas e dois dias

Depois do rastreio bioquímico cujo resultado soube na 2ª eis que fui hoje ao centro de saúde. - tensão boa - peso bom, aumentei 1,4kg desde que soube que estava grávida (em 2 meses)... - não tenho nenhuma infecção - ouviu-se o coraçãozito (da última vez não foi possível ouvir, realmente estes aparelhos são menos sensíveis)

- vou tomar vacina da gripe, este ano mais tarde que o normal, mas conto tomar ainda hoje

- levei nas orelhas por causa da ingestão de água, tenho mesmo que beber 1,5l...eu que sempre bebi mais que isso agora não consigo...estamos bem estamos.


E é tudo, volto ao centro de saúde dia 22/12...só para me atrasar o Natal... Beijinhos

segunda-feira, novembro 07, 2011

Vou ser mãe, só não sei ainda quando nem como...

Vou ser mãe, só não sei ainda quando nem como...
Esta frase foi criada ao longo dos anos e da minha caminhada pela infertilidade.
Em 2006 quando nos informaram que dificilmente seríamos pais pelos métodos convencionais, percebi que a caminhada rumo à maternidade poderia ser mais longa do que o previsto.

Assim criei o lema: Vou ser mãe, só ainda não sei quando.
Comecei a frequentar o fórum da associação e depressa me dei conta que esta caminhada pode ser mais ou menos curta sem que se perceba muitas vezes o porquê.
No nosso caso havia dois motivos: feminino e masculino.

Em Maio de 2007 fiz 3 anos de casada e "informei" o meu marido, que se dali a um ano não estivesse grávida queria dar início ao processo de adopção.
Como por essa altura em 2008 estava prestes a iniciar tratamento, adiámos a entrega dos papéis para Outubro, e eis que a frase ficou completa e imutável: Vou ser mãe, só não sei ainda quando nem como...
Ser mãe é mais do que carregar um filho na barriga e acima de tudo é criá-lo, dar-lhe amor, prepará-lo para ser adulto, um adulto com valores e de valor para a sociedade.

Toda a gente diz: quando um casal se inscreve para a adopção fica mais descontraído e acaba por engravidar....eis um grande mito.

Mas nisto da infertilidade o que não faltam são mitos: se fores de férias engravidas, se relaxares engravidas, se desistires engravidas...
O certo é que todo o casal infértil anseia mais ou menos secretamente que o milagre ocorra e que o tão desejado filho surja da forma mais natural e expontânea.

Ao fim de 7 ICSI´s falhadas, onde apenas consegui chegar a 3 transferências esse desejo acaba por parecer algo lunático.
Confiamos na medicina e no que ela nos pode dar, pensamos em alternativas diferentes dentro da medicina.

Após ter feito tratamentos em dois centros públicos, eis que tive alta e só me restava o privado.

No mesmo dia em que me foi dito: só há um embrião e que não pode ser transferido, marquei consulta para uma clínica privada.
Estavamos no dia 14 de Julho e obtive marcação para 6 de Setembro.

Entretanto voltei ao trabalho, tentei abstrair-me o mais que podia.
Tinha poupanças para realizar apenas dois tratamentos no privado.
Todos os dias éramos confrontados com más novas da economia, austeridade e mais austeridade, impostos atrás de impostos.

Sempre fui irregular nos ciclos menstruais, e os mesmos sempre foram longos, mesmo após o drilling. Desta forma não foi com surpresa que atingi uma semana de atraso.
O meu sistema nervoso só podia estar a pregar-me mais uma partida.
E eis que 3 dias antes da consulta no privado encontrava-me no 40º dia do ciclo e resolvi dar uso a um teste de gravidez que ainda andava aos tombos lá por casa.

Não estava de férias, não estava relaxada nem tinha desistido do meu sonho!

3 de Setembro de 2011 - duas risquinhas, embora uma muito ténue
- Achas que é mesmo positivo?
- Sim, ou estou no início da gravidez, ou estive grávida e não evoluiu, mas foi detectada a Beta HCG.

Nesse mesmo dia fui à farmácia e pedi o teste com mais sensibilidade que houvesse. Dado que eram todos "iguais" acabei por comprar o da clearblue, que daria em caso de positivo alguma previsão das semanas de gravidez.

4 de Setembro - 2 a 3 semanas deste a concepção, ou seja 4 a 5 de gravidez.
Era domingo...laboratórios fechados...teremos de aguardar por amanhã.

5 de Setembro - DOIS MIL CENTO E NOVENTA E QUATRO

Estava finalmente confirmada a gravidez.
Mas quem conhece estas andanças sabe que ainda falta saber muita coisa, pelo que era importante fazer uma ecografia, ver se o embrião estava no útero, se o coração batia...
Desmarquei consulta no Dr. Alberto Barros e marquei para o primeiro obstetra que faz parte da equipa e que se encontrava livre.

12 de Setembro - acordo com perdas.
Fui à MJD, 5 semanas e 6 dias. Um embrião no útero.
Apesar das perdas respiro de alívio.
É só um e está onde deveria estar.
Recomendação de vida calma, mas continuando a trabalhar e que tome o utrogestan à noite.

13 de Setembro - consulta com médico de família.
Boletim de grávida e no final da consulta o médico diz-me que se o meu trabalho é stressante, se carrego pesos para ponderar a baixa.

15 de Setembro - há vida em "marte"
Na consulta com o Dr. Teixeira oiço pela primeira vez o coração do meu bebé, 129bpm. Estarei de mais um dia que o previsto.

22 de Setembro - consulta na MJD
Dado o meu problema de tiróide tenho consulta de endocrinologia e sou reencaminhada pelo médico para a obstetrícia.
Passei a manhã na maternidade para ter uma consulta, corrida para o trabalho e eis que ao fim do dia volto a ter perdas.
Decidi descansar a ver se passava.

23 de Setembro - urgência na MJD
As perdas continuam, sou vista pela mesma médica das urgências, estou de 7 semanas e 4 dias.
A médica trata-me pelo meu nome e diz: vai ouvir pela 1ª vez o coração do seu bebé.
Apesar de ser a 2ª vez, saber que ele está vivo, que está a resistir emocionou-me e abro literalmente a torneira.
É-me dito para manter a calma, continuar a trabalhar e manter a mesma dose de utrogestan.
Chego a casa e ligo de imediato para o trabalho onde informo que irei ficar de baixa.
O médico de família acabaria por me passar baixa normal.

29 de Setembro - consulta na MJD
Sem eco, sinto alguma falta de confiança na médica, mas foi a que me calhou.
Marca-se eco do 1º trimestre para 20 de Outubro e irei ter ainda consulta de hematologia e de diagnóstico pré-natal.

Perdas a 30/09; 03/10; 06/10 perdas contínuas a 08 e 09 de Outubro.
Recusei-me a ir para as urgências, esperar horas sentada para me mandarem colocar utrogestan e descansar...

11 de Outubro - consulta no privado
Ia de coração nas mãos, mas segundo o médico fiz o que devia ser feito repouso e utrogestan.
Tanto pode acontecer a natureza decidir algo contrário apesar dos meus cuidados, como continuar a ter perdas e não ser nada demais para o bebé.
Após as medições, estou de 10 semanas e 2 dias, e o meu pequenito fartou-se de dar aos pés: mãe, acalma-te lá, oh pra mim aqui tão activo.

20 de Outubro - consulta de endocrinologia, obstetrícia, ecografia do 1º trimestre e análises para rastreio bioquímico
A ecografia foi muito dolorosa, dado que o bebé apesar de se mexer muito não saía da mesma posição e que dificultava as medições.
Aqui a menina teve de levar muita pancada para ele fugir para um local mais visível.

O comprimento da cabeça ao rabo deu: 46,3mm o que apontaria para 11 semanas e 4 dias, e coincidiria com a previsão anterior.
No entanto, no final o resultado foi 12 semanas e 2 dias.
O diâmetro bi-parietal é de 17,2mm e a TN que me estava a stressar foi de 1,1mm, muito longe do limite de 2,5mm que poderia indicar alguma trissomia.
Foi ainda possível detectar os ossos do nariz.
Fiquei mais aliviada, mas apenas o rastreio integrado me irá dizer se devo ou não arriscar a amniocentese.

07 de Novembro - consulta de Diagnóstico Pré-Natal 1/998, decidimos não fazer amniocentese.
O valor a partir do qual se recomenda é 1/250, pelo que estamos muito acima dessa recomendação.
Uma em cada 998 gravidezes tem a probabilidade de trissomia 21, já para a trissomia 18 o risco é < 1/10000.

Continuo de baixa por gravidez de risco, e não sei até quando nem mesmo se regresso ao trabalho antes do parto.
Dia 20 de Dezembro terei a ecografia e consulta das 20 semanas, espero que os sustos tenham terminado e poder começar a sentir-me cada dia mais grávida.

Só agora tenho coragem de contar ao mundo que estou grávida. As pessoas que me foram acompanhando, perguntando pela consulta no privado, questionando o meu silêncio acabaram por ser informadas e a todas pedi segredo.
Neste momento é oficial: estou grávida e muito feliz.

Vou ser mãe (os obstáculos serão ultrapassados e vou conseguir)
só ainda não sei quando (mas prevê-se que seja no dia do trabalhador...mais um touro cá para casa)
nem como (mas nada melhor que da forma mais natural possível, e que todos os casais deveriam conseguir).

Ninguém devia passar pela infertilidade.
Essa parte da minha história não pode ser apagada, nem sequer com uma gravidez expontânea, mas é muito bom saber que os milagres não acontecem só aos outros.
E para aqueles que um dia nos acharam loucos por continuar a acreditar (e eu já não acreditava na natureza, mas apenas na medicina) só resta dizer: eu acredito.

Beijinhos

terça-feira, agosto 09, 2011

Nove anos de namoro

Hoje dia nove, celebramos os nove anos de namoro.
Costuma-se dizer que casámos a data: )))

Faz hoje portanto nove anos em que nos passámos a designar de namorados.
Há duas semanas que não nos víamos e no reencontro tomámos consciência que as saudades eram muitas, e que já não nos sentíamos apenas como amigos.

Para mim o namoro é quase tão importante como o casamento, afinal foi aí que decidir deixar-me levar numa aventura que sabia que me podia levar muito longe. :)

segunda-feira, agosto 01, 2011

Fim-de-semana para matar saudades

A minha mãe completou os 60 anitos e eu não quis deixar passar a data em vão.
Se não pude estar com ela no dia de aniversário, não prescindi de estar no fim-de-semana.
E eis que estive com a famelga, voltei a sobrinhar muito.
No regresso passámos (como em tantas outras vezes) pela placa para a terra onde nos casámos.
Era cedo e lá fomos nós.
Fomos dos primeiros casais a celebrar lá o casamento, e foi com alguma emoção que regressámos.
A quinta está muito mais frondosa, muito mais “quinta”…bem, esperemos daqui a 18 anitos ir lá celebrar as bodas de prata: )))))

sexta-feira, julho 29, 2011

Quinze anos - Parabéns para mim

Faz hoje 15 anos que terminei o curso.
Quando penso nesse dia lembro-me o nervosismo de saber a última nota.
Da amiga a ligar e dizer: não tenho boas notícias…foi um 10.
O raio do professor tinha-me tomado de ponta, mas a cadeira estava feita, e uma melhoria em Setembro feita com outro professor reporia a “verdade”.
O fim dum ciclo é sempre tempo de reflexão, pelo menos para mim.
Foi a pensar no “então e agora??”, as coisas que me vieram à cabeça, e ver como era tão ingénua nessa idade: )))
Tive no entanto a sorte de após as férias em Agosto e as melhorias de nota em Setembro, começar a trabalhar em Outubro.

Gostava que a esta data se juntasse outro acontecimento…mas não foi possível…a beta que seria hoje não se realizou, e por isso 29 de Julho ficará apenas como a data de conclusão do curso.

segunda-feira, julho 11, 2011

Último tratamento no público

Quando comecei a escrever este blog a ideia era ser uma espécie de diário.
Não sabia quem se cruzaria com ele, não seria secreto porque talvez a minha história pudesse ajudar alguém, mas também não pretendia fazer-lhe publicidade.

Depois da sua criação entrei para o fórum da APFertilidade e deixou de fazer sentido não falar nele, e eis que as visitas aumentaram e muito.

Mas há alturas nas nossas vidas que queremos passar pelo meio das gotas da chuva, aconteceu-me isso no último tratamento, mas era tarde demais, dado que muita gente já sabia do tratamento.
Com o defecho do tratamento decidi que desta vez seria diferente.
Sei que é um comportamento completamente irracional, mas olho para o lado e vejo tanta gente a tentar há anos e que depois dum tratamento em silêncio consegue a tão desejada gravidez, e apetece-me tentar o mesmo.

Assim, decidi que desta vez ninguém sabia.
O marido bem que diz que eu falo muito, ou demais, e depois desta minha resolução… a minha chefe sabe porque a ideia é ir de férias e não voltar, bem… a minha colega também teve de saber, como é que eu explico que apesar de estar previsto regresso a 12 de Julho se calhar não é bem assim?
Bem, mãe é mãe e também contei, depois a minha irmã não tem quem fique com a minha sobrinha durante o mês de Julho…talvez ela pudesse vir cá para casa…
Depois houve aquela amiga que da última vez que esteve comigo ficou deveras preocupada e não resisti a contar.
Isto mais parece aquela frase: um segredo é uma coisa que se conta a uma pessoa de cada vez, e este será mesmo o segredo mais mal guardado de sempre, ainda assim será diferente.

Mas então e eu consigo fazer um tratamento sem registos?
Pensei e repensei, claro que não.
Assim, decidi fazer os registos/desabafos de sempre, mas só publicar no final, seja qual for o resultado.

A versão oficial é esta: faço tratamento no verão, não haverá notícias antes de regressar de férias.
De facto começo a paragem dos ovários hoje 17 de Junho, a punção deverá ser depois das férias bem como todo o resto do processo. Não consigo mentir, mas ando muito evasiva.

Irei fazer a mesma medicação, com dose reforçada nos primeiros dois dias de estimulação, irei fazer cartia para prevenir algo que possa surgir da mutação que tenho, mas que em princípio não está relacionada com tromboses.

Esperemos que seja O tratamento.
A minha 7ª ICSI no ano em que fiz 7 anos de casada.

17 de Junho – dia -12
Estou calma, tranquila e não estou a pensar muito no tratamento, embora esteja já a tomar a pílula há quase um mês.
Não sei se é do facto de estar para começar férias em breve sinto-me com muita energia.
Foi com alguma sorte que me lembrei que o cartia era para começar hoje, quanto ao suprefact está devidamente assinalado no alarme do telemóvel.
Arranquei hoje com o cartia e o suprefact 60.

18 de Junho – dia -11
Este foi o dia do lanche com as minhas amigas de caminhada. E a cada lanche que passa mais crianças nos rodeiam, aliás éramos já só 4 ainda na espera.
Como sempre foi um bom momento de convívio que nos ajuda a acreditar, com provas vivas que correm, fazem birras, gritam e enchem as vidas de todos aqueles pais.
Quando comecei nestas andanças era costume no lanche seguinte haverem mais umas quantas grávidas. Tal, não tem acontecido, mas sendo este “o lanche” do meu tratamento, quem sabe se no próximo não exibirei a minha barriguita? (que não seja apenas pelos belos abdominais conseguidos, cof cof)
Chegámos a casa já depois da hora, e lá foi de dar a injecção a correr.
Faz hoje 39 anos que os meus pais juntaram os trapinhos, e 14 que eu e a mana lhe fizemos uma bela surpresa.

19 de Junho – dia -10
Acordei cheia de vontade de me portar bem e fiz dois exercícios em falta do programa que ando a fazer na wii.
De tarde fui às flores.
Quem me conhece sabe como gosto de flores…e como não sou completamente correspondida por elas: )))) O certo é que o meu antúrio, orquídeas e violeta, ressuscitaram e tenho a casa florida. Mas… gosto de fazer um tratamento com cor, com alegria, e não sei se as plantinhas aguentam até lá.
Então, e para quebrar a sequela das orquídeas (ou paus de orquídeas que volta e meia rebentam…ou talvez não), comprei uma coisa nova uma gloxinia, vamos a ver como é que ela se adapta…e eu a ela. Também pela primeira vez em muitosssss anos, tenho um manjerico a dar cheirinho à sala.

20 de Junho – dia -9
Esta semana de 3 dias vai custar a passar, por mim ficava já em casa, mas o que tem de ser…
Tentei despachar as coisas pendentes para deixar a secretária o mais apresentável possível.

21 de Junho – dia -8

Hoje foi um dia estranho.
Começou bem na consulta de reumatologia, onde soube que ao fim de 8 anos consegui ter todos os anticorpos negativos. Umas análises de fazer inveja a muita gente.
Mas nem só de infertilidade se vive nesta casa e um fantasma doutros natais voltou a surgir, e soube ainda que terei mesmo de ir mais longe com a minha reclamação no concurso.
E é nestas alturas que me sinto muito cansada.

22 de Junho – dia -7

Pensei que hoje só trabalharia de manhã e começaria as férias mais cedo...puro engano, acabei por sair ainda mais tarde do que nalguns dias.
Em contrapartida acho que ficou tudo encaminhado para férias de duas ou cinco semanas.

23 de Junho – dia -6

Feriado e véspera de feriado, eis que decidi aproveitar estes 4 dias que ainda não são férias para o meu ninho.
Hoje foi dia de agachamento com janelas e levantamento de janelas, não sei se amanhã me mexo.

24 de Junho – dia -5

Janelas e estores, estores e janelas.
Devo ter feito uma campanha de marketing tão boa que uma vizinha ao ver-me decidiu que estava na hora de tratar dos dela também...pena que não trate dos meus...

25 de Junho – dia -4

Então e os tapetes?
O preço que me pediram para os limpar...mais valia comprar novos, e decididamente não estamos em tempo de vacas gordas.
Um já está.
Depois saímos para comprar lâmpadas...
Duas cadeiras para a varanda e compras para a despensa depois...cadê as lâmpadas?
O pessoal quis foi sair de casa...até parece que as lâmpadas foram desculpa: ))))

26 de Junho – dia -3

Tapetes e tapetes...amanhã não me mexo.

27 de Junho – dia -2

Eu até conheço o meu corpinho...que dores...e ainda por cima não tenho a certeza se um dos tapetes ficou em condições.
Hoje foi dia de análises em Gaia e apesar de ser segunda-feira até foi muito rápido.
Ontem comecei a ler um livro novo e nem tive tempo para avançar muito enquanto esperava que me chamassem.

28 de Junho – dia -1

Mais um dia para tratar de burocracias.
Saí para comprar calças, experimentei 4 e trouxe uma camisola...
Liguei para Gaia e a enfermeira até sabia o meu nome e tudo..."Sim, é porque é a única senhora que está em falta".
Curioso o termo em falta...dado que me pediram para ligar de manhã e liguei às 11:50.
E não, não quer dizer que não esteja stressada, apenas tenho estado demasiado ocupada.
Os ovários pararam, hoje é dia de reduzir o suprefact e amanhã começar com a estimulação.
E lá fomos nós passar algumas horas na loja do cidadão.

29 de Junho – dia 1

Hoje é o nosso dia, e por isso passeio, fomos até Tui e Valença do Minho.
Dispensava-se o calor.

30 de Junho – dia 2

Passeio com os sogros à terra deles, mas quem é que disse que ontem esteve calor??? 39º apanhámos hoje...

01 de Julho – dia 3

É tão bom estar em casa e não fazer nada, muito pc e muitas leituras.

02 de Julho – dia 4

Nada de relevante a registar, lol... Bem o Alberto do Mónaco lá se casou...Isto sim é digno de registo.

03 de Julho – dia 5

Nada de relevante a registar, lol.
Acabei de ler a "Mentira Sagrada".

04 de Julho – dia 6

Comprinhas.
Nobre demitiu-se...em menos duma semana, lol.

05 de Julho – dia 7

Homesweet home.
Chegou o Outono?
Desde ontem que tenho moínhas, fiquei preocupada mas afinal no último elas começaram exactamente na mesma altura.

06 de Julho – dia 8

A tratar dos dentes, sim que este nosso corpo é cheio de peças...e convém não começar a usar peças suplentes...
Vou fazer a colecção do Harry Potter (os dvds, que os livros já tenho, lol)

07 de Julho – dia 9

É tão bom não fazer nada e depois descansar.

08 de Julho – dia 10

Ida ao hospital para eco e análises.
Endométrio a 11
Ovário direito 10(2),12(2), 13, 15, 16
Ovário esquerdo 10, 13, 14, 15, 16
Tenho de regressar na 2ª, este tratamento está mais lento que o anterior, mas por outro lado não tenho líquido no abdomén, o que me deixa mais tranquila.
Quanto à consulta com a dietista, estou "bem", não engordei nadinha.


À tarde fiquei ainda mais leve...fui dar um corte neste cabelito.



09 de Julho – dia 11

107 meses de namoro, por isso fomos namorar a ver o mar.
À noite foi uma "tourada" porque as agulhas que a enfermeira me deu são muito mais curtas e não chegam ao fundo dos frasquinhos...toca de tirar a prata envolvente...e inventar, mas não sobrou nem uma gota.

10 de Julho – dia 12

Muita ansiedade e algumas moscas cá por casa, os dois "ca mosca". Uma stressadíssima, outro com aquela sensação de último dia de férias.

11 de Julho – dia 13

Ida ao hospital para eco e análises.
Endométrio a 9,4 (mas isto dá para diminuir??? Pelos vistos...realmente o meu corpo é assim a modos...que do contra...
Ovário direito 12, 14(2),16, 17(2),18, 23(2)
Ovário esquerdo 7, 10, 12, 14, 15, 17, 18(2), 22

Se bem me lembro os 22, 23 são para esquecer...atrofiam antes da punção. Vamos apostar nos 7 que estão entre 16 e 18.
Punção marcada para quarta-feira.

12 de Julho – dia 14

Dia de descanso, sem picas.

13 de Julho – dia 15

Dia da punção.
Acordámos bem dispostos, correu tudo bem, a punção foi de 11 ovócitos como da outra vez.

14 de Julho – dia 16

Ligar para o laboratório "Não tenho boas notícias para si", "Dos 11 puncionados, microinjectámos 5, só um fertilizou, mas por ter 3 núcleos não pode ser transferido".

Fim da linha...
Vou lá amanhã buscar os relatórios do laboratório e pedir relatório clínico com todos os exames que fiz.
Marido avisado.
Mãe avisada (sobrinha-preferida-da-tia já não virá para cá).
Consulta no AB marcada.

Hoje só me lembro de duas frases "Se a vida te der limões faz limonada" e "No fim tudo acaba bem, se não está bem, é sinal de que ainda não chegou ao fim!"

quinta-feira, junho 16, 2011

Fim-de-semana prolongado

Este foi um fds prolongado aproveitado até ao último minuto.

Nos meus anos não consegui estar com uma amiga, assim que ela soube que íamos passar lá o fds marcámos almoço, estendemos o convite a outras amigas.
Quatro adultos e oito crianças, foi assim um almoço diferente.
Dá-me vontade de rir ao pensar que eu e esta amiga passados vinte anos estamos na mesma, só precisamos de desculpa para a “festa” e aqui vamos nós.
A sobrinha-favorita-da-tia foi connosco e ainda pulou bastante.
Acabámos a tarde a comprar a prenda dela, uns óculos de sol da Hello Kitty ahh pois é: )))

No sábado, foi o aniversário da sobrinha-favorita-da-tia, só não percebi ainda como é que já se passaram dez anos. O tempo passa mesmo a voar.
Almoço em família, pseudo-lanche na festa dela com os amiguinhos (ela fez questão que os tios estivessem presentes…lol), muito grito, muita correria, mas uma aniversariante feliz.
Dali, escapulimos os dois para um gelado no Santini, aqui e menina queria matar saudades, o menino não achou nada “do outro mundo”.

No domingo foi a caminhada-almoço da associação.
Acredito que as mentalidades só mudam com o tempo, e que é preciso formar uma nova geração que encara as coisas doutra forma, sem preconceitos e de forma informada.
Assim, lá levei a sobrinha-favorita-da-tia, que teve direito a pinturas faciais e adorou o dia.
Estávamos nós a caminhar e eu com o radar ligado a ver se via caras conhecidas de outros encontros, quando reconheço a voz dum amigo meu. Amigo de há quase vinte anos, lá ia ele, a minha afilhada do fórum e o filhote. Finalmente conheci-o, isto depois de quase 8 meses de tentativas, foi preciso não combinarmos nada para que a coisa acontecesse.
No almoço conheci ainda mais pessoas, as quais apenas conhecia de nick e gostei muito da companhia da minha mesa.

Depois foi a correria de devolver a sobrinha à procedência, pegar nos sacos e rumar para casa.
Um fds prolongado muito recheado, muito emotivo e que superou as expectativas.

sexta-feira, maio 20, 2011

A minha avó materna

Há pessoas que condicionam a nossa vida ainda que possamos nunca as ter conhecido.
Pelos seus pequenos ou grandes feitos, pelo seu contributo para a história da humanidade ou para a nossa história familiar é impossível deixarmos em branco a sua vida.

A vida da minha mãe, tio e avô sofreram uma reviravolta, quando a 20 de Maio de 1961 a minha avó materna faleceu. Faz hoje precisamente 50 anos.

Faleceu aos 36 anos, após 3 anos de cancro de mama e deixou uma filha de 9 e um filho de 6.
Mulher forte, defensora da sua família e ideais, sonhadora mas com os pés assentes na terra.
Foi o grande amor do meu avô, que nunca mais voltou a casar.
Foi ainda por causa dela que vi o pesadelo em que a minha mãe viveu, e ainda hoje vive, com medo desse bicho-papão que lhe levou a mãe tão cedo.

São inúmeras as histórias que me chegaram dela.
Consta que somos parecidas não apenas fisicamente, mas acima de tudo no feitio.
Sempre gostei de ouvir o meu avô falar dela, de pequenos episódios que diziam tanto sobre a sua personalidade.

Gostava de tê-la conhecido, ver se realmente o que as pessoas dizem corresponde, mas acima de tudo que a vida de gente que tanto amo tivesse sido mais fácil.

domingo, maio 15, 2011

19 anos

Conta quem presenciou que com seis meses eu não queria mais ninguém por perto se estivesse na presença do meu avô.
Palrava imenso com ele e chorava se alguém interferisse.
Eram as nossas conversas, e pelos vistos entendíamo-nos na perfeição.

E foi assim durante 19 anos.
Foi a pessoa da minha família que mais me marcou, pela sua história de vida, pelo seu testemunho mas sobretudo pela forma de estar na vida.

Era o meu avô preferido e eu a neta preferida.
Não tínhamos de dizê-lo, estava na cara de quem nos via.

Tive a sorte de ouvir da sua boca, um ano antes da sua morte, o quanto me amava e como eu era especial.
Algo que temos sempre dificuldade em transmitir a quem amamos.
Um ano depois recordei esse dia para acalmar as saudades.

Faleceu no dia a seguir ao meu 19º aniversário, portanto acompanhou de perto a minha adolescência, alguma rebeldia, e forma intransigente de ver as coisas.
Mudei alguma coisa depois disso, a vida molda-nos, e a sua frase sobre a vida ser demasiado curta ajudou a colocar tanta coisa numa perspectiva totalmente nova.

Faz hoje 19 anos.
É impossível não pensar que amanhã terei mais tempo de vida sem avô do que com ele.
19 anos com avô….19 anos sem ele, e a falta que me faz e a tanta gente.

Ainda hoje não consigo ouvir a sua música preferida sem me virem as lágrimas aos olhos, pela recordação que me traz e pelo nome “Oh tempo volta para trás”.

sábado, maio 14, 2011

38 anos

Pois é 38 aqui estão eles.
É inevitável não fazer contas de cabeça, quando nos dizem aos 35 a fertilidade baixa, aos 38 cai a pique.
Mas espero que estes 38 me possam trazer a concretização dum sonho há muito acalentado.

segunda-feira, maio 09, 2011

Um ano depois

Há um ano estive presente num almoço no restaurante duma amiga, e com uma série de casais infertéis.
Uns com filhos, outros sem filhos.
Eis que ontem voltamos ao mesmo local, e duas das minhas amigas já são mães.
Foi uma tarde fantástica, em que estive com os meus novos sobrinhos ao colo, e adorei quando ouvi: quem diria há um ano que hoje estaríamos aqui com os nossos bebés.

Espero que daqui a um ano, no mesmo sítio "à mesma hora" possam as 3 meninas que continuam a tentar levar os seus rebentos.

Actualização sobre a minha avó

Obrigada pelos comentários sobre a minha avó.
Ela está a adorar estar lá, no sábado liguei-lhe e perguntei como estava a correr: MUITO BEM.
Fala-me das amigas que não conheço, doutra senhora que a desafia para ir passear, da comida que é muito boa e de como são todos bem tratados.
Enfim, espero que o ânimo continue.

Tenho muito receio que lhe passe, mas o facto de ter sido uma decisão dela, foi uma grande ajuda.

Aquilo tem lar e centro de dia, mas ela optou pelo centro de dia. Sai de casa às 8 e volta às 19.
Está no seu meio, na sua casinha, ao fim do dia tem a visita das amigas que moram na rua... e depois vai deitar-se porque anda podre de sono: ))))

quinta-feira, maio 05, 2011

Um lanche simpático

Há pessoas que nos marcam.
Quando vim para o Porto não tinha amizades, havia os amigos do meu marido, mas não era a mesma coisa.
Hoje já não os distingo, mas no primeiro ano foi um momento de afirmação e fiz algumas amizades.
A mais antiga das quais ajudou-me imenso a passar o tempo, a ter um novo hobbie..sei lá: )))

Essa amiga foi mãe em Janeiro, e eis que fui conhecer a menina dela.
Linda, e a querer falar com a tia, palrando palrando.

Não sei se a minha amiga vai passar por aqui, mas adorei o lanche, e registei e adorei a última frase:)

domingo, maio 01, 2011

Velhice e solidão

Há coisas que na vida me incomodam, as condições em que podemos ter de viver, a falta de dignidade, de respeito e de autonomia.

Assusta-me pensar como será a minha velhice, e incomoda-me ver como os velhos são tratados, e sim são velhos, não são idosos. Idosos soa-me sempre a excesso de idade, como se já cá não devessem estar.

Dos 4 avós, apenas conheci 3 e só uma está entre nós.
A minha avó materna faleceu aos 36.
O meu avô materno aos 67 após doença subita faleceu no hospital.
O meu avô paterno aos 84, faleceu ao fim de 4 meses após o diagnóstico e tendo passado 2 meses internado.

A minha avó fez no mês passado 91 anos. Sempre reagiu muito mal à ideia de ir para um Lar.
Nunca ninguém pensou que resistisse tantos anos, nem ela.
Faz hoje 25 anos que estava a enterrar o 2º filho que tinha 33 anos, e ninguém acreditou que lhe resistisse.
Doze anos depois ficou viúva, e nunca quis ir morar com os meus pais, porque ficava longe da terra.
Há uns anos contratou uma vizinha para as limpezas e comida.
Mas...a solidão era muita, e eis que ao completar 91 anos decidiu ir para um centro de dia, onde fará a higiene, as refeições e convivirá com outros velhotes (todos mais novos que ela, lol). Ela que nunca quis ir para o meio de velhos, vai para o meio de novos.
Vai começar amanhã, espero que corra tudo bem, que se sinta bem.

Pessoalmente não gostei do que vi, uma sala na penumbra, com TV ligada e muitos velhotes meio sentados meio deitados a dormitar.
Ela gostou: tudo limpinho, pessoal simpático, e muitas amigas.

Eu continuo a sonhar com um dia em que me saia o euromilhões, de criar um espaço para avós e netos, tipo uma quinta para lar e infantário, e com muitas actividades que lhes agradem e que não sintam que é uma ante-câmara da morte:(

sábado, abril 09, 2011

Voltei com uma boa notícia

Há alguns dias levei na cabeça: o teu blog está parado.


É verdade não tenho novidades, e as que tenho não me apetece falar para já, porque ainda espero pelos desfechos finais.


MAS HOJE...HOJE VOLTEI


A minha amiga S, foi mãe.

Neste dia 9 de Abril recebo a sms: "A nossa J nasceu esta madrugada, às 02.21. Medindo 49,5cm e pesando 3,110kg. Estamos maravilhados".


Estão eles e estou eu, e daqui a pouco vou partilhar com a sobrinha que adorou saber da gravidez da S.


Que a J. seja sempre a prova que vale a pena lutar.

E descansa amiga que não penso desistir tão cedo.


Muitas felicidades.

quarta-feira, março 02, 2011

Os passarinhos são nossos amigos

Hoje está sol, parece um dia de primavera.

O sol, as flores, os passarinhos… fazem-nos sentir felizes. Mas há passarinhos que nos dão mais felicidade que outros.

Um passarinho disse-me: vai fazer mais um tratamento em princípio.
Não gostei do “em princípio”, mas sei que sempre que fazemos exames antes dum tratamento tudo pode acontecer.
Na reunião ficou decidido darem-me mais uma oportunidade.

Não vi passarinho azul, mas estou mais feliz do que se tivesse visto.

Alguma vez engravidou?

Nas várias consultas que tenho tido: infertilidade, reumatologia, endocrinologia… volta e meia surge a pergunta: alguma vez engravidou?
A resposta era invariavelmente: que eu saiba não.

Sim, porque muitas são as mulheres que estão grávidas sem saber, e do que sei tal nunca me aconteceu.

Hoje numa consulta de reumatologia de rotina fui atendida por outra médica, e lá veio a pergunta sem se fazer anunciar: alguma vez engravidou?
- Já, fiz um tratamento de infertilidade e tive positivo no mês passado, mas foi apenas uma bioquímica. Antes disso e que saiba nunca engravidei.

Ela tentou perceber se a dificuldade em engravidar teria alguma causa auto-imune, mas como temos um diagnóstico claro não lhe parece ser o caso.
Aliás nas primeiras consultas de infertilidade disseram-me: para já têm problemas em engravidar, mais à frente poderá surgir dificuldade em levar uma gravidez até ao fim por causa dos anticorpos.

Esta médica pelo sim e pelo não decidiu acrescentar uns pedidos nas análises, um dos quais ao ácido fólico.

Mexeu comigo ter de falar da bioquímica, algo que já contei a tanta gente quase de modo racional.
Mas por vezes uma pergunta que foi feita vezes sem conta, tem uma resposta diferente, apanha-nos de surpresa e trememos ao pensar: podia ter sido diferente desta vez.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Vamos a reunião

Sempre me acusaram de falar de mais, mas há coisas que me stressam tanto que ou falo ou sinto-me mal.

Na primeira consulta que tive foi-me dito que só poderia fazer um tratamento, e que se fosse negativo tinha alta.

Hoje fui atendida pelo meu médico-favorito, que por não ter o meu processo no gabinete perguntou: quantos tratamentos já fez e quer fazer mais?

Ora, na realidade só fiz um e até parecia fácil dizer: só fiz um e claro que quero fazer mais.
Mas apoderou-se de mim uma ansiedade, se ele marca novo tratamento, e a minha médica (superior dele) não concordar acabo por perder meses de espera desnecessariamente.

Assim, contei que apesar de só ter feito um, que a minha médica afirmou que se eu tivesse negativo tinha alta.
Ora…uma bioquímica não é negativo, nunca tive tão perto do meu sonho, apenas tenho 37 anos e quero muito que me permitam uma 2ª oportunidade.
Sou nova para desistir já, e por outro lado não tenho hipótese de tentar noutro centro público.

O médico decidiu marcar consulta para a minha médica, para Abril, mas que a decisão seria dela. Ela podia não permitir mais tratamento…

Questionei se o caso não era levado a alguma reunião de equipa (não lhe contei, mas eu sabia que para a semana há reunião). Ele disse que era uma óptima ideia, porque salvaguardava a posição dele e poderia ser benéfico para mim.

E foi assim que trouxe uma marcação para Abril, e ficou o registo de novo tratamento para o verão.
Se a reunião correr bem volto à consulta, se correr mal os serviços contactam-me a dizer que tenho alta.

Sinto-me “parva” por falar demais, mas lido tão mal com a mentira/omissão, que acho que vou ficar mais tranquila, e se as coisas correrem mesmo mal ainda em Março tenho a resposta.

Despedi-me confiante, e pedi para não me deixar “morrer na praia”.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Não desista, não desista, não desistas

Há medida que o tempo passa e mais tratamentos são feitos, maior é o apoio.
É curioso porque pensei que desta vez me dissessem: tem lá juízo e pára, mas não.

Há no entanto 3 encorajamentos que me tocaram de forma especial.

Durante o ano passado falei com uma colega sem filhos, que podia ser minha mãe, sobre os tratamentos.
A senhora é contra as manipulações à natureza, que não devemos tentar a sorte…

Sexta veio cumprimentar-me, sem palavras, apenas dar um beijinho. E despede-se com um: reaja e não desista.
Fiquei muito sensibilizada vindo de quem veio e sabendo o que pensa sobre os tratamentos.

Ontem à tarde tive duas visitas seguidas.
Uma colega que foi mãe após dois abortos, e por tratamento: por favor não desista, por muito que tenha de passar acredite que a recompensa vale tudo.
Emocionou-se e emocionou-me.


De seguida entra outra colega que veio ver como estava, também ela fez tratamentos e desistiu: agora tens de recuperar e voltar à luta, tu não desistas, porque depois podes querer voltar e ser tarde demais.

Decididamente recebemos na medida em que damos.
Há muito que decidi falar abertamente sobre a minha doença, e com o tempo e resposta a todas as perguntas as pessoas vão sabendo o que está em jogo.
Sabendo ou não na pele o que são tratamentos, o apoio surge, e neste tratamento foi ainda mais visível que nos anteriores.

Não estava a pensar desistir, pelo menos para já. Mas se estivesse teríamos agora uma menina a pensar e muito.
A vida sem filhos que não foi por opção e a recompensa de ter um filho muito desejado levam mulheres completamente distintas a querer que este meu sonho se realize, e dá-me confiança: vou conseguir.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Sobre a adopção

Em resposta a um comentário ao meu post anterior aqui fica a resposta sobre adopção.

Existem várias formas de entender a maternidade, uns casais entendem que a maternidade poder ser pelas duas vias, outros só por uma das vias, outros que entendem a adopção apenas quando todas as hipóteses estiverem esgotadas.

No meu caso a adopção é o plano B, mas recusei-me a esgotar a via biológica. Assim que fiz os 4 anos de casada que a lei obriga inscrevemo-nos, foi há dois anos e meio.
Ainda continuo em tratamentos, e se conseguir ter um filho biológico espero poder ter o meu 2º filho por via da adopção.

Mas a adopção não é a panaceia dos casais inférteis. Não só porque para muitos a adopção não passa pela forma como encaram a vida, como por outro lado não é resposta imediata ao desejo de ter um filho.
Se pegassem em todas as crianças que estão em instituições (e nem todas podem ser adoptadas), não seriam suficientes para todos os casais.
Existirão em média 700 crianças em todo o país para serem adoptadas, mas só no Distrito do Porto estarão cerca de 700 candidatos em espera.
As listas de espera em Lisboa e Porto rondam os 7 anos. Assim, um casal casa e espera 4 anos porque a lei não o deixa adoptar antes, e depois espera mais uns 7 anos.

Além disso há casais para quem a adopção não se coloca, e muito sinceramente, acho que se os dois estiverem de acordo, são os que mais facilmente aceitarão não ter filhos.
Eu vou adoptar, e dei esse passo em frente apenas por um motivo: quero ser mãe seja de que forma for.

O rescaldo

Até ao momento fiz 3 betas em 6 tratamentos. Não contabilizo todos os tratamentos feitos apenas com comprimidos, nem as tentativas de gravidez espontânea com recurso a testes de farmácia.
As betas trazem consigo um extra de ansiedade, a recolha é feita logo pela manhã, mas o resultado demora horas a chegar, e no meu caso tem sido sempre um mau resultado.
No imediato segue-se o choro, as sms a avisar do resultado, e uma noite muito mal dormida em que tento esquecer este não que a vida me deu, mas sem sucesso.

O pior dia nunca é o do negativo, a adrenalina desse dia faz com que no geral consiga aguentar “bem”, e o choro conforta-me até acabar por ser vencida pelo cansaço e adormecer.
O passo seguinte é a chegada do período, a marca definitiva do fim de mais um ciclo sem o sucesso pretendido.
Mais ou menos doloroso este dia traz-me de volta à realidade. Digamos que entre a beta e o período ando meio anestesiada.
Desta vez não foi diferente, ou melhor até foi mas para pior.
A notícia de ter sido uma bioquímica levou-me a ainda esperar um milagre, afinal desta vez até houve algum entendimento entre o embrião e o útero, e só ontem consegui render-me à evidência.

Estes dias têm sido a pensar mais no mesmo e sempre com questões novas, chegando ao cúmulo de dar várias interpretações para o mesmo facto.

- se tivesse tomado aspirina ou corticóides teria ajudado nesta bioquímica?
- se não tivesse tido aqueles problemas todos antes do tratamento teria conseguido?
- por quanto tempo mais conseguirei ter ovócitos capazes de serem microinjectados, já que de 11 apenas tive 2 embriões, dos quais apenas um foi aproveitado?
- será que a médica se vai lembrar que me disse que apenas podia fazer um tratamento? Já deu para perceber que nem sempre se lembra do que disse, o que me dá alguma esperança.
- Porque motivo emagreci um kilo neste tratamento? Sim, em vez do habitual aumento de dois kilos, neste perdi um kilo. Comecei a pílula com 67, na estimulação ia com 66,5, punção com 66 e no dia da beta 65,5, recuperando os 66 com a vinda do período.
- o facto de ter feito caminhadas no repouso terá efectivamente ajudado na implantação? Sim, porque não fui trabalhar, mas liguei a passadeira em casa para sem apanhar frio caminhar lentamente como me tinham recomendado.

Outras questões acabarão por surgir porque a nossa cabeça não pára e guarda todas as dúvidas para um dia atirar cá para fora e colocar-nos a pensar.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

43 - Um novo fim, um novo recomeço

Exactamente um ano e meio depois da última beta tenho o mesmo resultado: negativo.
No último foi de 2, agora de 6,2 (um fraco positivo, talvez uma bioquímica).

Foi um tratamento estranho este.
Uma infecção, uma virose, uma constipação foram os preparativos.
Depois de o ter começado tive nova constipação.

Os ovários pararam como suposto, a estimulação também.
A colheita foi de 11 folículos, dos quais apenas 6 estavam maduros, e uma vez microinjectados, só um foi transferido.

Esse um tinha tudo para ser o campeão, oito células ao terceiro dia, transferido sozinho para não ser influenciado por más companhias.

Fiz o que me disseram para fazer, excepto o regresso ao trabalho.
Evitei os esforços abdominais, caminhei (sim em repouso, como me disseram), andei sempre animada quase até à beta.

Apesar de ser a minha 6ª ICSI, só tive 3 transferências. Cada uma melhor que a outra, um 4B na primeira, dois 6B na segunda, e finalmente um 8.

Não consigo explicar ou até entender, como é possível que em cada repouso consiga recuperar a "ingenuidade" e fé, a ponto de acreditar cada vez mais.
Mas, quanto mais acreditamos, pior é a queda.
Há o consolo, não posso dizer que não, de ter chegado mais longe que nunca, a continuar assim um dia consigo.

Agora é fazer o que mais me custa: desligar os alarmes do telemóvel e arrumar a medicação.

Dia 24 iria fazer a eco, assim vou ter consulta.
A minha médica sempre disse que só tinha direito a um tratamento, dado o meu caso clínico.
A médica que me deu a notícia disse: fale com a Dra. porque afinal foi uma bioquímica....
Quem sabe? digo eu.

Nesse dia decido o que fazer, ou tenho mais uma hipótese este ano lá, ou parto para o privado.
Para a derradeira tentativa.

Quero agradecer a toda a gente que me acompanhou, sem vocês esta viagem teria sido muito mais difícil, não teria acreditado tanto, e se calhar não tinha chegado tão longe.

Quero agradecer ao pessimista que acreditou, vou precisar muito que voltes a acreditar e que me leves a acreditar também, juntos conseguimos.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

41 - a visita de duas amigas

A vida traz-nos muitas coisas, infelizmente nem todas são boas.
Mas mesmo essas menos boas podem ser acompanhadas de grandes dádivas.

A melhor de todas é a amizade.

E esta "coisa da infertilidade" trouxe-me muitas coisas boas, uma capacidade de resistência, mais paciência, mais união com o meu marido, e muitas amizades.

Há duas meninas que conheci nos "meus lanches" que têm sido presença constante.
Hoje uma delas veio ao Porto, e toca de perguntar se quero encontrar-me com ela.
Não me apetecia, mas há que contrariar o isolamento, e estar com quem gosta de nós acaba por nos fazer bem.
Disse que sim, e eis que as duas meninas acabam por vir a minha casa, almoçámos e sairam após quase 6 horas.

O tempo não passa quando a companhia é boa, e o sentimento não passa quando é forte.

Desde ontem que estou apreensiva, e a ficar pessimista.
Custa cada vez mais afastar os maus pensamentos.
Mas duas amigas assim, fazem verdadeiros milagres.

Agora é deixar passar mais dois dias, e esperar que ambas tenham razão no seu prognóstico;)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

37º dia - uma semana após transferência

Passaram-se oito dias deste a transferência.
Tenho estado por casa a tentar abstrair-me do tratamento, lendo e passeando pelo pc.

Descobri que tinha imensos livros comprados em vários anos, nas diversas feiras do livro, ainda por estrear.
De modo a evitar histórias lamechas que puxem pelos sentimentos, tenho-me dedicado a romances históricos da nossa monarquia.

Os dias têm estado muito bonitos, o que me faz manter o ânimo. No entanto muito, mas muito frios.
Eu bem sabia que a manta com mangas ia ser a minha melhor amiga, mas agora o que dava mesmo jeito era um "baby-grow" gigante. Isso mesmo, com pézinhos e tudo.

As dores da punção mantiveram-se até segunda-feira, aliadas a alguma prisão de ventre que me trouxe umas belas cólicas.
Depois do ataque cerrado à prisão de ventre consegui melhorar bastante no fds e deixar de ter cólicas.

Quarta ao fim do dia senti algumas fisgadas nos ovários, tipo choques eléctricos, mas muito pontuais, ontem tive algumas dores e ao fim do dia uma pressão que não entendi ser bexiga ou útero. De noite não tive dores, mas hoje ao levantar apesar de não ter dores voltei a sentir a mesma pressão.

Vou estar atenta e reforçar o consumo de água e sumos de citrinos, mas espero que não seja nada demais.

Já só falta uma semana para saber o veredicto. Sei que a próxima semana será mais stressante, mas tentarei manter a mesma calma.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

29 - transferência

Na quarta-feira como combinado liguei para saber a evolução dos meus meninos.
Dos 11 tirados tinha dois embriões.
Não me souberam dizer quantos maduros, quantos microinjectados...
Se tudo corresse bem teria a transferência na sexta, mas podiam ligar para antecipar ou até cancelar.

Foram dois dias complicados, de isolamento a ler e deixar o tempo rolar.

Hoje como previsto lá fomos para a transferência.
Ficámos a saber que os dois embriões era um de 5 e um de 8.
Mas o de 5 estava assim desde ontem, sem evolução.
Logo depois a Dra. Eduarda informa que vamos transferir o de 8, para não corrermos o risco da "má companhia do 5 estragar o do 8".
Foi uma transferência fácil, com ecógrafo e onde ainda frisei que tinha o útero retrovertido.

No "repouso" foi-me dito que não devia fazer repouso, devo fazer uma vida normal, sem esforços hoje.
Andar um pouco sem grandes esforços e ter uma actividade que ajude a irrigação uterina.
De preferência ir trabalhar, cabeça ocupada e actividade.
No entanto e se possível ficarei em casa, igualmente com cabeça ocupada e alguma actividade depois do fim-de-semana.

Vim com beta marcada para dia 10 (16 dias após a punção) e ecografia para dia 24 (se não houver gravidez neste mesmo dia terei consulta de seguimento).

Ouvi várias músicas das quais destaco:

Gloria in excelsis Deo . sim música natalícia
Music was my first love
Queda do império de Vitorino
Darling stand by me, com o belo refrão de:

And darling, darling stand by me
Oh, now, now, stand by me
Stand by me, stand by me

Sim, depois daquele estudo que diz que após a transferência devemos rir, garanto que ri com as passagens musicais.
Tirando o Tony Carreira que aparecia pelo meio, gosto de todas estas músicas...cada uma no seu momento, todas seguidas...dá uma risota que nem vos passa: ))))

Registo ainda as palavras da enfermeira: a partir de agora e a menos que a natureza entenda o contrário ESTÁ GRÁVIDA.

Amen


terça-feira, janeiro 25, 2011

26 - punção

Eis que hoje eram 9 horas quando chegámos, já com um atraso mas com a colheita feita.
Tinha a equipa junto à recepção toda à minha espera, até tive medo que me batessem...lol.

Após despir-me e vestir a bata que me deram fui esvaziar a bexiga e colocar um supositório de paracetamol.

Fui pesada, 65 kilos... quase que trazia a balança para casa, tão simpática que ela me pareceu, lol.
Fizeram-me o inquérito da praxe e lá confidenciei que numa das punções que fiz acordei a meio e ainda dei palpites.

A anestesista não gostou do comentário, que isso por vezes acontece dado que se trata duma sedação e não de anestesia geral, e como tal pode acontecer de novo... E aconteceu mas apenas tenho uma vaguíssima ideia.

Levei ainda nas orelhas por estar meia constipada, dado que devia ter informado para ajustarem a sedação e que isso pode comprometer o sucesso do tratamento...esta dispensava de ouvir, já ali estava e portanto foi um comentário desadequado.

O pessoal foi todo espectacular, tive uma enfermeira a dançar Tony Carreira e depois Rio Grande com o Postal dos Correios.

Já na sala de recobro fui informada que me tiraram 11, mas alguns estariam imaturos e fiquei sem saber quantos estão maduros mas não é relevante.

Achei curiosa a divergência de tratamento, assim temos as seguintes novidades:

  • recobro DUAS HORAS
  • amanhã ligo para lá para saber se a transferência é ao 2º, 3º, 4º ou 5º dia
  • congelam embriões mas os que foram muito bons, e apenas se o número a congelar for igual ou superior a 2
  • no dia da transferência e punção não devemos fazer esforços e/ou carregar pesos, mas fazer uma vida normal. No dia da punção não podemos conduzir mas apenas porque podemos estar sob efeito da sedação.
  • não aconselham repouso, aliás se nos mexermos (sem esforço) estamos a facilitar a irrigação uterina e consequente "alimento" dos embrões.
  • começo o utrogestan hoje à noite

Agora é aguardar, com a mesma serenidade ou ainda mais do que até aqui.

Obrigada a todos pelo apoio.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

22 - O sol brilha

Cheguei ao hospital e recebi uma chamada da minha coleguita: vai buscar a senha para as análises e depois para a eco que assim despachas-te mais depressa, mas fala com a enfermeira.

Fui atrás da enfermeira, e encontrei o meu-médico-favorito, que me queria fazer logo a eco dado que não tinha senhoras para atender.
Mas como tive de ir buscar a senha “perdi a vez”.

Ainda conversei muito com a coleguita, e com mais 3 mulheres que lá estavam.

Entrei e fiz a eco, e o ovário direito está preguiçoso: 15/12/9/9 fiquei logo desanimada.
Depois ainda me disse: está com líquido…Lá lhe falei das dores, mas que não têm evoluído, que tenho bebido muitos líquidos e não aumentei de peso (não estou a reter líquidos), e ele disse que isso era bom.
Quando começa a fazer ao ovário esquerdo tenho: 18/17/17/16/15/9/9.

Segundo o meu-médico-favorito, temos 6 candidatos e por isso estamos no bom caminho.

Terça faço a punção, até lá estimulo hoje e amanhã, e tomo pregnyl no domingo.
A minha coleguita volta na segunda-feira para repetir eco e análises, foi aqui que os nossos caminhos se separaram.
Como eu vou saber as minhas coisas antes dela pediu-me para aguardar notícias dela, assim eu estarei despachada e não me influenciará saber, e ela não vai ficar a pensar nos meus resultados ansiando pelos dela.
Assim faremos.

Mas hoje neste lindo dia de sol, acredito que vamos conseguir as duas.
Merecemos muito e há-de dar certo.



quarta-feira, janeiro 19, 2011

20 - inverno, sol e azedas


O inverno não é só frio, chuva e vento.
O Inverno também são dias de sol e azedas.

Confesso que andava com saudades, este ano chegaram ao Porto bem mais tarde do que o normal.
Já as tinha visto no Natal no Alentejo, mas no meu trabalho nada…tardavam em chegar.

Mas eis que esta semana, pé ante pé foram surgindo, e hoje brilham ao sol.

Não são tantas como as da foto, mas se não se lembrarem de tratar da erva vai dar um tapete igualmente bonito.


Foto retirada daqui:

http://maca-e-canela.blogspot.com/2011/01/azedas.html

terça-feira, janeiro 18, 2011

19 - Ponto de situação

Comecei a estimulação dia 12.
225 (duas ampolas de menopur e uma de bravelle) continuando com o suprefact a 30.

Já consigo fazer a mistura sozinha, parabéns para mim: ))))

Ontem comecei com moínhas nos ovários e o dia inteiro a pensar em coisas como hiperestimulação.
Não eram dores, não me prende movimentos e não tenho falta de ar. Mas pensei muito, até porque a eco é só 6ª feira, depois de 9 dias de picas.
Ao contrário do Sto. António que era ao fim de 4 picas.
Vou tentar abstrair-me da hiperestimulação do 1º tratamento.


Sexta-feira tive consulta de psicologia e entrei calmíssima, quase zen, e saí em pânico, lol.
"Se faz eco dia 21, a punção deve ser a 24 ou 25".
"Já????"

Pronto estou a ver se deixo a secretária limpa porque quero fazer repouso como sempre fiz.
A psicóloga não aconselha porque depois pensamos demais.
Mas eu consigo ler muito e até abstrair-me e no trabalho terei de carregar pesos, subir escadas e por certo que enervar-me e portanto prefiro perder dinheiro.

Hoje já não tenho tantas moínhas, e acordei mais calma.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

14 - Fim de curso, início de estimulação

E eis que concretizei mais um desejo de 2010: acabar o curso.

A defesa do trabalho correu bem.
Não estava nos meus melhores dias, voz sexy, nariz pingão, mas correu bem, quase tão bem quanto a última vez, mas com menos “brilho”, mas o que interessa é que os professores gostaram e não questionaram nem a metodologia nem a apresentação.

Este fim de ciclo está a fazer coceira…e agora? Vou parar?
Quero começar o mestrado na mesma área para assim aproveitar a parte curricular, ou pelo menos grande parte dela.

Mas por outro lado sinto-me tão cansada…

Ontem a minha mãe deu-me os parabéns mas mandou-me ter juízo. Tu descansa que vais precisar de muita energia para outros projectos.
Ao que respondi: pois, da última vez que decidi não aproveitar o embalo para o mestrado parei 15 anos.
É verdade faço 15 anos de licenciatura este ano, como o tempo passa…Algumas das minhas melhores amigas entraram na minha vida há 20 anos? Estou velha: ))))

Vamos ver se daqui a quatro meses dou o passo em frente, estou cheia de vontade

E ontem lá comecei a estimulação. Depois dum solvente partido, eis que até não correu muito mal.
Agora temos muitos dias para treinar como se parte o vidro sem estilhaços: )))

terça-feira, janeiro 11, 2011

13 anos é muito ano

No final de 97 enviei uma série de curriculuns para entrevistas, um deles para um sítio que não me dizia nada, mas o anúncio pareceu-me interessante e afinal era só mais um envelope e um selo.
Fiz os psicotécnicos, tive uma entrevista de grupo e uma entrevista individual.
Adorei o “senhor” que me entrevistou, mas saí de lá com a certeza que não ia ser chamada. Talvez mais tarde, se houvesse alguma desistência. Se ele me tinha dito isso? Não. Foi mesmo feeling.
O certo é que me encontrava a acabar um curso, e uns dias antes de acabar o senhor liga-me de novo, para marcar entrevista. Alguém tinha desistido e era para saber se ainda estava interessada.
Marcámos para o dia 05 de Janeiro, foi o dia em que efectivamente acabei o curso (dois dias antes do prazo, dado que era a apresentação final de trabalho), fiz a entrevista e fui para casa esperar a resposta. Nesse dia às 23.30 fui informada que tinha sido admitida, podia começar no dia seguinte de tarde, e lá comecei.

Foi há 13 anos. Esse projecto foi assumido pelo “Estado”, em 2002 estava no “Estado”, e por esse motivo em 2004 quando casei consegui transferência para o Porto.
E depois de 12 anos a trabalhar na mesma área o cansaço foi mais que muito e eis que quero sair.
As entrevistas estão para breve…vamos torcer.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

11 - análises

Hoje foi dia de análises ao estradiol.
É importante saber se os ovários pararam, e amanhã saberei o resultado.
Esses até podem ter parado mas o tio-útero está numa trabalheira desgraçada, e a menina cheia de dores...ahhh pois é, período com tudo a que temos direito? Bem a enxaqueca ficou-se por sábado e domingo, mas o resto cá continua e tal como lá fora...parece um dilúvio.

Estava eu a ler o meu livrinho da praxe (por sinal este era um dos começados em 2010, mas que dura dura e dura) quando oiço um: o que é que a menina está aqui a fazer?
Pois, uma amiga, colega de trabalho e ex-membro do grupo estava lá a fazer exactamente o mesmo que eu.
Ao meu 11º dia, 18º dela eis que íamos ao mesmo, análises de estradiol.

Não sei como mas "perdi" a requisição das análises e fiquei convencida que estava no hospital, depois de ir à secretaria consegui uma 2ª via junto de duas médicas simpáticas, e depois de ter pedido ajuda ao meu médico favorito.

Estive mais de 3 horas lá, grande parte no paleio.
Falou-se de tudo e de nada.

Quem me conhece sabe que não gosto de fazer tratamento ao mesmo tempo que amigas, poucos são os casos em que as duas têm sucesso, e depois de muita proximidade e entre-ajuda por vezes é complicado a quem consegue o positivo manter o contacto com quem ficou pelo caminho.
Portanto vamos ter as duas que ter positivo...claro...lol

Agora e depois das maleitas todas, no fds comecei com irritação na garganta, e hoje quase parece de origem alérgica. A voz piorou bastante, mas quem anda à chuva molha-se e de facto hoje apanhei muita.

Tive no entanto a sorte de conseguir boleia para casa, hoje estava sem carro, e assim evitei mais um belo terceiro duche

quinta-feira, janeiro 06, 2011

7 - reunião de reavaliação do processo de adopção

Eis que por se terem passado mais de 18 meses de recepção do certificado de adopção tivemos a nossa sessão de reavaliação. Ao contrário dos outros distritos esta é presencial.
Foi uma conversa de quase hora e meia bastante agradável, mas para a qual tivemos de tirar férias pois o código de trabalho não prevê esta falta.
Mantivemos a pretensão, as características da criança e informámos que mantinhamos as mesmas características, emprego e afins.
Falou-se na lista nacional, finalmente vai ter uso.
No entanto as questões levantadas são muitas e deixo aqui as principais.
Segundo a técnica a lista vai ser usada por pressão dos candidatos e não pelo interesse da criança, eles próprios vão ser prejudicados em pormenores do processo embora nalguns distritos possam ganhar algum tempo.
Se houver uma criança para o meu perfil e tiver chegado a minha vez, serei contactada pela equipa da área da criança, teremos de ir lá receber dados da proposta, e depois passar uma semana nesse mesmo local para a transição.
Já houve um casal que foi do Porto aos Açores e foi lá que foi feita a transição.
Ao contrário das transições habituais, estas passarão em muitos casos a ser feitas em hotéis. Imaginem o Algarve onde há mais rapidez/crianças, teremos de ir lá saber a proposta, e depois voltar para a transição. No primeiro dia ficamos na instituição, no 2º damos passeio com criança, quando for para ela dormir connosco será no hotel.
Por sua vez a pré-adopção será seguida, em princípio pois a dúvida subsiste, pela equipa da área do casal e onde a criança passará a residir.
Foi muito interessante aperceber-me destas novas nuances, nunca tinha pensado como seria isso da lista nacional passar a funcionar.
Pensei ainda que a proposta pudesse ser apresentada pela equipa que conhece os candidatos, mas de modo a tentar fazer o emparelhamento entre criança e família deve ser dada a possibilidade à equipa que conhce a criança "avaliar" também a família.
Os tempos desta fase podem ser um pouco dilatados, embora no geral os grandes centros onde a espera é de 7 anos para uma criança até 3 anos de idade possam ser beneficiados com estas alterações.
Seremos contactados de novo em 18 meses, ou antes para a formação.
A formação será de 5 sessões em 2meses e meio, mas irão começar pelos casais que estão prestes a receber uma criança.
E penso que isto foi o essencial.

domingo, janeiro 02, 2011

3 - Feliz 2011

Entrei em 2010 com muita expectativa.
Sou optimista por natureza, mas os últimos anos têm sido muito maus, e nos mais diversos níveis. Costumo brincar e dizer que a infertilidade é um dos meus menores problemas e quem me conhece percebe o alcance da frase.
Mas 2010 foi um ano em que me permitiu alcançar alguns objectivos: comecei e quase que acabei um curso há muito adiado (termino no próximo dia 12); consegui emagrecer embora desse jeito perder mais uns 5kg; conseguimos fazer as férias há tanto tempo adiadas.
De resto foi tudo normal, sem os precalços de anos anteriores o que nos trouxe alguma tranquilidade, sobretudo para estes tempos de espera.
Estar parada desde Agosto de 2009 não tem sido fácil, mas felizmente tenho estado muito ocupada para pensar.

Ficaram em aberto dois objectivos: a mudança de emprego e ser mãe.

Retomando as palavras do astrólogo, lol, tudo o que for começado em 2010 terá sucesso fico com ânimo para 2011.
O concurso para mudança de lugar de trabalho continua a rolar, e o tratamento há tanto aguardado foi iniciado em 2010.

Continuo adoentada, e as energias não são as maiores.
Retomo o trabalho amanhã, depois de duas semanas de férias, e se pudesse ficava mais uns dias em casa, mas o que tem de ser tem muita força...

Nestes dois primeiros dias do ano tenho estado optimista, num exercício constante para acreditar que está tudo em aberto, e que este será o ano.
Assusta-me a crise e o que aí vem, preocupa-me o corte no ordenado, mas vamos tentar fazer como até aqui e ser racionais nos gastos.

Que 2011 nos traga aquilo que mais ansiamos.
Feliz 2011.