Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. (Saint Exupéry)
quinta-feira, setembro 30, 2010
Consultas
Por estes lados os sonhos têm tido o nome de pesadelos, desde a recusa de tratamento até complicações no trabalho, mas felizmente a realidade é um pouco melhor.
Mas, a sensação de estou a sonhar ou isto foi verdade ficou, a sorte é que estava acompanhada e também ouvi um "não percebi nada do que se passou na consulta".
Então os moços a tentar perceber como estão os exames, se podemos fazer tratamento...ou não...
E eis que a pergunta que se coloca é: podemos marcar para Janeiro?
Pedinchona como sou perguntei se não podia ser antes...mas o mais cedo é em Janeiro.
O protocolo será longo (o que é uma inovação), começarei com pílula para regularizar o ciclo (sim aquela coisa que não posso tomar...vamos pensar que será por 2 a 5 semanas no máximo).
Depois uma garrafa de champanhe, 12 passas e uma seringa de suprefact espetada na barriga...sim o tratamento começa este ano, lol.
Depois foi-me perguntado como têm sido feitas as estimulações, falei do puregon e do gonal ao qual respondi com imensos folículos e nenhum se aproveitou.
Ela está com vontade de tentar algo diferente, mas só se eu tiver condições para literalmente montar a barraca...menopur. Lá brinquei que se me prepararem tudo eu espeto, lol.
Assim, o maridinho fará o cocktail e eu darei as picas.
Os procedimentos lá são tão distintos que fico a pensar nos verdadeiros motivos, mas adiante, são os que temos e vamos aproveitar.
Diferenças.
- protocolo longo
- uso da pílula
- preservativo desde início das picas
- medicamento novo
- fiv e icsi
- estimulação com menopur em 9 dias apenas com controle de estradiol no meio, a eco será ao fim de 9 dias (vá lá não penses no teu primeiro tratamento...não penses)
Não tomarei corticóides porque diz que não se justifica apesar dos meus anti-corpos "flutuantes".
Não me lembrei de perguntar pela aspirina.
Vou tomar a vacina da gripe logo possa dado que se engravidar será daqui a 4 meses e meio.
A consulta da dietista foi muito melhor.
Engordei meio kilo (na realidade perdi meio, engordei dois e perdi um), vou ter de atinar para ver se não engordo e se perco 2 ou 3 kilos. (já não me fala nos 4).
Estive quase uma hora lá dentro, a falar das notícias de ontem 55 m para o "estado da nação" 5m para raspanete.
Já disse hoje que gosto mesmo da médica?
"Vamos lá arranjar espaço para a barriguita poder começar a crescer em frente".
Vamos lá.
quarta-feira, setembro 29, 2010
Crescer
Hoje cheguei e a minha chefe brindou-me com a frase a bold. (pesquisei e descobri o resto).
Está cá há um mês e ontem fez uma festinha, com bolo e tudo.
As frases foram escolhidas ao acaso, e esta foi a que me saiu.
Numa altura em que estou a pensar sair, já fiz o pedido de mobilidade, que pode ser negado. E estou prestes a meter os papéis para um concurso eis que a frase dá que pensar.
Por um lado fala desta mudança que nos faz crescer. E se nos sentimos estagnados o melhor mesmo é sair e procurar algo melhor.
Por outro lado penso, ela até é boa pessoa e simpática.
E lembro-me do que disse sobre o meu anterior chefe. E sem me dar conta revejo todos os chefes que tive, e da forma como gostei de todos quando os conheci. Como pessoas eram impecáveis, depois nalguns casos falhava algo em termos de chefia.
Dou por mim a pensar, não te agarres muito, não queres sair por causa da chefia, mas pelo trabalho que fazes.
E lá vou eu coleccionando papéis para o concurso.
Já está quase tudo pronto, no fds o mais tardar envio as coisas.
Não há certezas de nada, mas este fechar de ciclos mexe comigo.
E depois penso numa história que ouvi há cerca de 15 anos.
Um homem tinha um cão que gania todo o dia e toda a noite. Um vizinho incomodado disse-lhe:
1- mas afinal o que é que ele tem?
2- Está sentado em cima dum prego.
1- e o sr não faz nada?
2- se lhe estivesse a incomodar ele já se tinha levantado!
É um pouco isso, se nos sentimos incomodados devemos procurar algo melhor. Pelo menos ficamos bem connosco e com um pouco de sorte pode ser que mudemos para melhor.
Os médicos e as suas opiniões
O regresso às aulas é de facto fantástico: )))
Há médicos que têm o condão de nos barafundir as ideias.
Se é verdade que onde estão dois advogados há pelo menos 3 opiniões, não é menos verdade que isso também se passa com os médicos.
E a coisa piora bastante quando sentimos que não se entendem em coisas que são significativas para nós.
Aos 36 anos e após mamografia e ecografia mamária descobri que tenho muitos quistos, dado o historial da família devo ser vigiada anualmente – médica de infertilidade que me deu alta.
A vigilância deve ser feita apenas por ecografia, inicialmente anual e depois de dois em dois anos se não se registarem alterações – aprendiz de feiticeira do meu médico de família. As radiações podem dar origem àquilo que pretendemos evitar (e cujo nome não se pronuncia na minha família).
Com a sua idade, e apesar do histórico familiar, vamos fazer uma ecografia, se houver alterações significativas então faz-se a mamografia – ginecologista que consultei porque não acreditei na aprendiz de feiticeira.
Mulheres com historial na família vigilância aos 30, anual e com mamografia. Quistos não se tratam e tenham 4mm ou 4cm devem ter o mesmo tratamento (nenhum). A sra está cheia de quistos…nada de mais…espere…bem…está aqui um…olhe eu vou colocar no relatório que deve repetir a ecografia e mamografia daqui a 6 meses. E a partir dessa data faz anualmente as duas coisas. – Radiologista que começa a conversa com a frase “Não quero dizer mal da sua médica, mas de mamas percebo eu”.
Parece que todos percebem…é o que nos vale.
Bem, daqui a 6 meses repito e faço a mamografia.
Bem... tirando toda esta conversa não correu nada mal, não me magoou e ao menos são só quistos, excepto “aquele” que não aparecia na anterior e que tem características diferentes.
segunda-feira, setembro 20, 2010
Infertilidade, estimulações e outras coisas que tais
Terça-feira fui à ginecologista que me disse basicamente o seguinte:
- ovários limpos que nem parecem ser poliquísticos
- um quisto de 23mm no ovário esquerdo, que pode ser funcional ou não
- colo do útero bonitinho
- quanto aos nódulos mamários vamos repetir a eco...Mais uma tortura, logo havia de pertencer àquela percentagem mínima de mulheres que prefere a mamografia à eco... Acha que não é preocupante o que já tenho, mas dado o histórico familiar controlemos.
Moral da história: ao fim dum ano "limpa" eis que as minhas viscerazitas nem parecem ser de alguém infértil...boa?
Sexta-feira fui à dermatologista, ver uns sinais e o cabelo.
Sinais ok, cabelo nem por isso.
Aqui a cabeluda está a ficar descapotável...pode dever-se a uma de 3 situações:
- hereditário, mas não tenho ninguém com este problema...nem sequer os homens da minha família
- do meu sistema imunitário
- das estimulações, é muito frequente o cabelo ressentir-se
Vou fazer um tratamento, mas que não é o melhor. Bom mesmo era: parar estimulação, tomar pílula (aquilo que a reumatologista não deixa) e tomar anti-andrógenos, tudo maravilhas para a fertilidade...
Moral da história: parei as estimulações há mais dum ano, e o organismo ainda se ressente. O que é que andamos a fazer ao nosso corpo?
quinta-feira, setembro 16, 2010
Filho belga trocado por relógio suiço
Não trouxe o filho belga, parece que foi trocado por um relógio suiço ainda que nem tenha passado perto da Suiça.
28 dias certinhos...
Valha-nos o facto de não se criarem falsas esperanças.
PS: dou um tiro ao próximo que juntar as palavras relaxar / gravidez / férias na mesma frase.
quarta-feira, setembro 15, 2010
Passinhos para relaxar-e-engravidar nas férias
o boa forma física
o não fumar
o não beber
o não tomar antidepressivos ou ansiolíticos
o o seu esperma deverá ter as seguintes características:
quantidade suficiente
mobilidade suficiente
formas normais suficientes
• Escolha um local calmo, lembre-se que vai relaxar. Não discuta com o candidato-a-pai o local, decida por ele e proíba-o de discordar. O importante é relaxar…
• Organize o seu trabalho de modo a não pensar nele nas férias, nem porque deixou coisas por fazer nem porque vai pensar no stress que vai ser o dia de regresso. Para esta tarefa reserve duas semanas, lembre-se relaxe…Mesmo que a hora do avião esteja a chegar…relaxe…as férias são para relaxar…
• Prepare os sacos de viagem com tudo o que vai precisar, inclusive aquela roupinha que sabe que ele gosta. Esta preparação deve ser feita alternadamente com a organização do trabalho e sempre de forma relaxada. Não stress.
• As férias foram marcadas para o seu período fértil, senão esta “corrente” não resulta. Não sabe qual o seu período fértil? Não ovula? Bem…
• Antes de ir de férias garanta que leva consigo:
o Um corpo em boa forma física, elegante, saudável, sem consumo de medicamentos com:
Um útero em bom estado, sem lesões, limpinho e saudável
Dois ovários, um também serve, mas tem de garantir que vai ovular desse, caso contrário vai tudo por água abaixo
Duas trompas permeáveis, ou se apenas tiver uma terá de ser permeável a do ovário que vai ovular
o Testes de ovulação e alarme. Assim no momento em que souber que está a ovular toca o alarme e é só treinar. Não se esqueça leve os testes, obrigue o candidato-a-pai a treinos calendarizados e relaxe…Nesta fase dá algum jeito que ele também ande feliz-contente e claro está relaxado
Porque a vida é mesmo um milagre, onde se conjugam factores nos quais o comum dos mortais nem sonha e porque em dois dias me cansei de ouvir, então relaxaste nas férias aqui fica este textinho.
Espero que não levem a mal a brincadeira, mas foi um desabafo.
Sim, relaxei mas isso não é sinónimo de nada, ou será que é?
As minhas férias
Por um motivo ou por outro nunca deu, mas este ano fez parte dos nossos objectivos irmos, e que boa decisão tomámos.
Foram 11 dias intensos, que tentarei partilhar aqui as coisas que mais me marcaram.
Dia 1 – Porto – Eindovhen / Antuérpia
Voo madrugador para Eindovhen onde o nosso amigo nos foi receber.
Ficámos com o carro e rumámos à descoberta.
Antuérpia foi o destino, é uma cidade bonita, ainda com muitos vestígios históricos e culturas diferentes.
Foi interessante ver os judeus ortodoxos com os seus caracóis ao lado das orelhas e fatos típicos a circularem ao lado de turcas com os seus véus.
Uma cidade com fortes ligações à península ibérica, e onde encontrámos um edifício com pormenor dedicado à fertilidade.
Dia 2 – Gent
Uma das cidades que não eu não tinha previsto visitar, mas o outro viajante andou a pesquisar.
Cidade com um centro histórico muito bonito.
Visitei o belfry que é Unesco e de onde se tem uma vista fantástica para o centro histórico.
Dia 3 – Beringer
Neste dia ficámos por “casa” ou melhor num raio de 30km.
Visitámos Beringer e o museu das minas de carvão da zona.
É incrível imaginar como trabalhavam aquelas pessoas.
A visita foi por um ex-operário e com pormenores muito detalhados. Foi impossível não pensar nos mineiros que ainda estão soterrados e irão estar até ao Natal.
Rumámos para Berlim.
Dia 4 – Berlim
Vistas fantásticas dos monumentos da ilha dos museus, mais património Unesco.
Alguma chuva que nos estragou o passeio por quase duas horas.
Visita ao museu do muro.
Jantar numa cervejaria típica.
Mojito num bar alternativo num dos edifícios abandonados que foram ocupados por artistas.
Dia 5 – Berlim e Potsdam
Visitas fantásticas, adorei Potsdam e foi com alguma desilusão que vi a área que o local ocupa e o que consegui visitar, decididamente precisaria de dois dias para ver tudo. Tenho de lá voltar: )))
Dia 6 – Kinderdijk
Os holandeses construíram mesmo cada pedaço de terra, e o Kinderdijk ajuda a ter uma ideia de como a coisa funciona.
Mais um local Unesco que acabei por gostar mais do que inicialmente previra, foi igualmente interessante ver como se vive nos moinhos, cada cm2 de espaço conta.
Regresso a casa pelo meio dos diques.
Dia 7 – Bruges
A minha preferida. Se por vezes ficamos divididos sobre o que gostámos mais, nesta viagem não tenho dúvidas the winner is Brugge.
Nesta cidade existem 3 locais património mundial: o beguinage (antigo complexo religioso frequentado por mulheres leigas que se dedicavam a ajudar os que necessitavam); o belfry ao qual não subi por achar demasiado caro; e o próprio centro histórico.
Adorei os recantos, a forma encantadora como as casas surgem nas margens dos canais.
A viagem de barco ajudou a ver pormenores que de outra forma passariam despercebidos.
Nunca pensei gastar tanto dinheiro em chocolates, que coisa linda de se ver. E ainda por cima óptimos, que maravilha.
Dia 8 – Bruxelas
Toda a gente brincava a dizer que Bruxelas era a Grand Place e pouco mais.
Uma colega até brincou “a pracinha”.
É de facto uma pracinha, bonita mas pequenita.
Visitámos ainda o menino “mijão” e a catedral. Adorei a catedral para mim foi a mais bonita, grandiosa mas com linhas simples e um ar muito lavadinho.
Dia 9 – Zaanse Sanch e Amesterdão
Uns dias antes da nossa partida e na sequência duma brincadeira combinámos encontrarmo-nos com uma menina da associação.
Ela fez um percurso e incluiu uma belíssima sugestão antes de irmos a Amesterdão: Zaanse Sanch.
Amesterdão é uma cidade enorme para se ver num dia, e muito menos numa tarde, mas ficámos com alguma ideia.
Da próxima teremos de ficar lá a dormir para aproveitarmos mais, já que fica muito longe do sítio onde ficámos.
Mais uma vez a viagem de barco foi fantástica.
Fiquei com pena de não ter podido conhecer a minha cicerone virtual, mas o marido estava doente. Espero que já se encontre melhor e quem sabe numa das próximas viagens nos possamos encontrar.
Dia 10 – Hasselt
Pois isto não há pés que aguentem, e por isso voltámos a ficar perto de casa.
Visitámos a capital da província dos nossos amigos, pena a chuva que não foi nossa amiga.
Dia 11 – Aachen / Dusseldorf-Porto
Como o regresso era pela Alemanha e aqui a menina queria muito ir a Aachen, eis que teve essa sorte.
Almoçámos numa esplanada, num belo dia de sol, e visitámos a cidade.
A catedral é de facto magnífica, muito imponente ainda que a precisar que lhe lavem a cara.
O regresso foi quase ao fim da tarde para Dusseldorf onde iniciámos o regresso.
Apesar da data (11 de Setembro) a viagem correu bem e até chegámos 20 minutos antes do tempo.
E pronto, quero lá voltar.
Visitar outras terras, rever estas dando atenção a outros pormenores para os quais não tivemos tempo ou “pés”.