Depois do negativo tive duas semanas infernais no trabalho, e duas semanas de férias.
E o que temos nós?
Na segunda-feira o meu marido foi ao médico de família e colei-me à consulta.
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. (Saint Exupéry)
Sinto que estou cada vez mais perto do meu bebé, mas também sou suficientemente realista para saber que o próximo tratamento não será tão calmo. Será o último no Sto António, e a palavra "último" tem o condão de ser stressante.
Consegui alcançar um estado de espírito e uma paz que nunca pensei ser possível. Só fiquei ligeiramente nervosa antes da punção, e antes da beta. Na véspera da beta lá fiz o teste que deu negativo, isso trouxe-me um pouco de volta à realidade. Sei que podia ser um falso positivo, mas também sei que o fiz no 14º dia da punção, mais tarde que muita gente faz a beta. Não fiquei mais stressada por causa disso, mas ajudou-me a pensar que apesar do meu estado de espírito deveria preparar-me para todos os resultados.
Nesse mesmo dia à noite, o meu marido disse-me: mas tens a consciência que pode ser negativo? E foi aí que lhe revelei que tinha feito o teste, que sabia que o "veredicto" podia ser negativo, mas que naquele momento não queria pensar no assunto.
Quem me conhece sabe que gosto sempre de saber com o que conto, e mesmo quando tenho de tomar grandes decisões pondero sempre todos os aspectos. A minha mãe gozava comigo: estás a fazer um balanço, mas aposto que no final a decisão vai ser só tua. E eu: claro, apenas preciso de falar alto para ver se o que eu penso faz ou não sentido... Já o meu bisavô dizia: não devemos fazer contas porque saem sempre furadas. Mas, eu faço contas de somar e subtrair... calculo todos os lados da questão.
Neste tratamento soube 2 coisas no dia da punção e uma no dia da transferência. Primeiro que tenho um quisto no ovário direito e líquido na trompa direita, e depois soube que tenho o útero retrovertido. As duas podem ser passageiras, e a 3ª não é impeditivo de gravidez, principalmente recorrendo a PMA, mas fiquei a pensar: seja qual for o resultado vou questionar a médica.
Ora bem... eu nem consulta tive, por isso questões terão de esperar por setembro.
Por outro lado tinha pensado: se tiver positivo vou logo marcar consulta de endocrinologia e reumatologia, para ser seguida logo de início...
Ora com este resultado houve mudança de planos: vamos isso sim dar início ao processo de adopção, que deveria ter começado a 29 de Maio, mas com um novo tratamento à vista resolvemos aguardar.
Em paralelo e como temos de pedir ao médico de família os atestados para adopção iremos pedir uma credencial para o S. João. Na melhor das hipóteses apenas poderei fazer mais um tratamento no Sto. António e vamos fazendo vez na lista do S. João.