Pós dia da Mãe

Mais um dia da mãe se passou do lado de cá, com a mãe a 350km de distância. Distância essa encurtada pelo telefone, mas não é bem a mesma coisa.

Falei com ela, desejei-lhe um bom dia, o "costume".

Quando as coisas nos incomodam temos tendência para banalizar. "Eu até nem ligo a essas datas marcadas por terceiros", mas o facto é que mesmo que não queiramos ligamos e de que maneira.

Na semana passada falava com a minha sobrinha, está na fase dos segredos: "vou-te contar uma coisa mas não contas a ninguém".

Com o aproximar do aniversário da tia decidiu escrever um postalito de aniversário, lá foi avisada pela avó de que o tio faz anos antes, e por isso fez primeiro o dele.

"Tia, eu vou fazer-te... eu vou fazer uma surpresa ao tio...vou escrever um postal com a minha letra e enviar".

(Fazer-me ou ao tio?) Percebi logo que alguém sem querer se descaiu.

Dias mais tarde pediu para falar com o tio, e disse que me ia fazer uma surpresa, ia escrever-me um postal. "Mas não contes nada à tia, que eu também lhe disse um segredo para ti e ela não te contou". E não tinha contado mesmo, lol.

Agora na escola fez o presente para o dia da mãe, algo em barro e que está

"bué giro, tu vais gostar".

"Vou gostar?"

"Sim, da prenda do dia da mãe que fiz para ti"

"oh M mas a prenda do dia da mãe é para a mãe, não é para a tia..."

"Tia sobrou tanto barro, olha fiz para a mãe, a avó, o avô, para ti e para o tio..."

E pronto, quero uma filha como esta... Vou fazer a encomenda a ver se tenho sorte.

Beijinhos