sábado, novembro 20, 2010

Adeus Parvalhão (15-03-97 / 20-11-2010)

Sempre tive uma imaginação muito fértil a dar nomes às coisas, o nome é aquilo que as caracteriza e ponto final...

Há muitos anos havia uma gata que frequentava o nosso quintal, era como se vê a Gata.
A Gata teve imensas ninhadas de gatos, uma média de 3 por ano durante vários anos.
Ao fim de algum tempo apercebeu-se que levá-los à nossa porta era uma boa ideia, porque a comida aparecia.

Na ninhada de Março de 97 estava um gatinho preto e branco, o mais atrevido, que deixava que lhe fizessem festas e que conseguia sempre comida.
O que ele não conseguia era comê-la...os manos apareciam e comiam tudo.
Então o pobre do gato miava desalmadamente, em tom queixoso a pedir mais comida.
Comecei a levá-lo para casa e dar-lhe comida 1º.
A minha mãe passava-se, porque não queria gatos em casa, mas eu desculpava-me, afinal o gato era parvalhão. Pedia comida e acabava por ficar com fome...

O Parvalhão tinha um problema, não lhe podíamos fechar a porta, ele tinha de se sentir seguro para sair quando quisesse.
Ao fim de alguns meses numa noite de temporal tínhamos o gato a miar à porta, e a minha mãe com uns turcos velhos abriu-lhe a porta, secou-o e deixou que ele dormisse em casa.
Uns meses mais tarde o Parvalhão adoeceu, e eis que de novo ela trata do gato...leva-o ao veterinário, que o regista com o nome de.. Parvalhão.

Dois anos depois de ter nascido mudámos de casa, e pedi aos meus pais para levarmos o gato, é que o Parvalhão é parvalhão e receei que acabasse por morrer à fome.
A minha irmã decidiu levar uma gata da ninhada de Abril de 98, e foi assim que passámos de 4 para 6 elementos lá em casa.

O Parvalhão era o gato meigo, mortinho por festas.
Dava marradinhas quando a dona pedia, era um mimalho.
Era um daqueles bichos que se diz que só faltava falar. Mais próximo da "dona" e do meu pai, era um atentado às nossas costas na altura em que pesava oito kilos e decidia dormir em cima e nós.
Nunca teve problemas com crianças, mas não gostava que lhe puxassem o rabo, e passou a fugir da sobrinha-preferida-da-tia quando esta lhe fez a barba...ou neste caso os bigodes.
Na fase das bonecas virou a boneca perfeita para brincar... passou a fugir da miúda a 7 pés.

Hoje ao chegar a casa dos avós decidiu procurar o gato...e este não reagia.
Calhou ligar-lhe nesse momento, e foram largos minutos a tentar consolá-la.
Hoje estou triste e ela inconsolável, mas nunca pensei que vivesse tanto tempo. Em Março morreu a sua companheira e pensei que ele fosse logo a seguir, mas o valente aguentou 8 meses, mas estava demasiado fraco para continuar.

Foi um bom gato.

3 comentários:

Sem Desistir disse...

E foi certamente um gato feliz:))
bjs

Isabel disse...

...e q vos deixa lindas memórias :))) Adeus, Parvalhão!

Isa disse...

Foi um gato com muita sorte!!
Bjs